E é dessa forma que ele dirigiu o novo longa “BR 716”, que estreou nesta quinta-feira (17) nos cinemas nacionais.
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A produção, que ganhou três prêmios no – melhor filme, direção e atriz coadjuvante -–, foi todo ditado por Domingos, que luta contra o mal de Parkinson, doença que o impede de digitar os textos, mas não de criar. Confira entrevista.
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Como surgiu o filme?
Todos os meus filmes são autobiográficos. Desde menino, costumo filmar todas as fases importantes da minha vida, desenhar a mim mesmo. Quando eu me separei da minha primeira mulher, era um garoto, irresponsável, fiquei muito chateado, e bebi o apartamento. Gastei tudo. Bebia dois dias e dormia um. Lá em casa, era portas aberta todas as noites, vivia a vida em grupo, com amigos que procuram o amor eterno, sem nenhuma cautela. Digo que foi um filme difícil de fazer, porque eu não lembro direito das histórias, eu estava bêbado [risos]. Não sei se é filmaço, mas a gente faz sempre com o mesmo gosto e espírito. Parece ser um filme alegre, comovente e verdadeiro.
O que espera da exibição em grande circuito?
Soube que há 200 filmes brasileiros nas gavetas, que podem ser jogados fora. É um absurdo, prova do fracasso da política nos últimos 10 anos. Não se consegue exibir filmes. Só os piores são exibidos. Eu sou e sempre fui político, acordo lendo o jornal. Mas nunca achei que a política fosse um negócio contra.
E sobre os 80 anos de vida?
Dizem que é o infinito em pé. Estou me reconciliando cada dia mais com a idade, com a realidade de que a vida é finita. A morte perdeu o sentido poético. Estou produzindo bem, tenho uma doencinha que me atrapalha de bater a máquina, tenho várias secretárias. Mas tenho uma saudade enorme de pegar a máquina de escrever às 8h. Agora é diferente, o pessoal olha para mim às 9h e pergunta o que tenho a dizer. A velhice mexe com o corpo, mas não com a cabeça. Me sinto mais inteligente. Me arrependo de tudo na minha vida: faria tudo igual, mas de uma maneira muito melhor [risos].
Confira o trailer: