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Aos 80 anos, Wilson das Neves diz que a música é intercâmbio de culturas

Wilson das Neves tinha sete anos de idade  quando viu de perto uma bateria pela primeira vez. Foi na casa de uma tia, na Praça Tiradentes, em 1943. Hoje, aos 80 anos, o flamenguista é tido como um dos ícones do samba brasileiro.

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Em 62 anos de carreira, o cantor e compositor lançou 13 discos e criou mais de 200 melodias, além de ter gravado com cerca de 750 artistas. E ele continua na ativa.

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Confira entrevista com Wilson das Neves.

Como se sente com tantos anos de carreira no samba?
O samba sempre será a melhor parte da minha vida. Graças a Deus estou vivo para ver várias as homenagens que tenho recebido desde o ano passado. Como diz o Nelson Cavaquinho: “Se alguém quiser fazer por mim, que faça agora.” É muito gratificante saber que valeu a pena. Lembro de quando eu tocava bateria na casa de meus familiares; era bem pequeno e adorava uma farra. Hoje, posso comemorar a vida e isso é muito incrível.

Alguns dizem que o samba está passando por um momento de crise. Concorda?
O samba está no nosso DNA, ele nunca passará por uma crise! Todos os ritmos brasileiros estão inseridos no samba, por isso ele nunca muda. Cada um tem sua maneira de fazer samba e de expressar esse ritmo musical. Mas, no fim, é tudo a mesma coisa. É só as pessoas não deixarem de cantar nosso ritmo. Nós mesmos somos responsáveis por manter essa chama acessa. O samba não morre nunca.

Mas acredita que esse ritmo perdeu um pouco de sua essência nos últimos anos?
Nós sambistas fazemos o que sabemos, o valor nunca vai mudar. Hoje, a música é uma mistura de culturas, não tem essa de perder o espaço de uma delas. O samba está aí, nunca vai mudar. Cada vez vamos ficando mais fortes, com mais saúde! É claro que as adaptações surgiram e muitos críticos falam que ele perdeu sua essência original. Mas não é isso. O samba só se reconfigurou e adaptou ao contexto que vivemos.

O Carnaval 2017 já está se aproximando. Mas e depois, o samba da avenida perde a visibilidade do público?
No Carnaval, o samba é muito tocado e, por isso, sua repercussão cresce muito. Depois que passa essa época, ele tem uma queda de audiência, mas isso é normal. O importante é que o Brasil é samba e o samba é nosso.

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