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Com Bellochio, Verhoeven e Jarmusch, Mostra de Cinema chega forte à 40ª edição

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Os últimos meses não têm sido fácieis para o país, mas, ainda assim, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo conseguiu montar uma programação forte para marcar sua 40ª edição.

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“Esse foi um ano turbulento para todos, justamente um ano especial para nós, mas estou muito feliz, porque montamos uma mostra à altura da data”, afirma a diretora do evento, Renata de Almeida.

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Isso se traduz no alto quilate das produções escaladas para a programação, que abre nesta quarta-feira (19) para convidados e segue pública de amanhã até 2 de novembro em 42 salas da capital.

Entre os 322 títulos vindos de 50 países, estão filmes recentes de diretores como o filipino Brillante Mendoza, os belgas Dardenne, o holandês Paul Verhoeven e os americanos Jim Jarmusch e Tom Ford, que traz seu “Animais Noturnos”, com Amy Adams, premiado em Veneza.

Para Renata, a seleção sugere uma reflexão em sintonia com o atual momento político e social e também com as quatro décadas do evento criado por Leon Cakoff.

“Vivemos na era da informação fragmentada, onde todo mundo sabe um pouco de tudo. Às vezes acho que a gente está desaprendendo um pouco o tempo da reflexão política. Tem o tempo de gritar e de falar, mas também tem o tempo de parar e pensar. Refletir sobre sua própria experiência é essencial, e o cinema faz isso. Eu falo muito, mas gosto do cinema porque ele me faz calar por duas horas e pensar depois”, diz ela.

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A politização, que a diretora ressalta não ser partidarizada, está tanto na estética como nos temas dos filmes, mas com a preocupação de não encaixá-los em rótulos.

“A Mostra não tem pretensão de dar lição, mas de apontar discussões. Ela sempre teve essa tendência de a pessoa não saber muito bem o que vai ver, e quero mais que um homofóbico vá ver um filme com temática gay e saia dali com outra visão. Temo que segmentar demais possa perder um pouco essa aventura de você ver uma opinião diferente da sua. É uma questão de defender a reflexão e o diálogo”, afirma Renata.

Bellochio na abertura

A Mostra abre hoje, no Auditório Ibirapuera, com a exibição de “Belos Sonhos”, mais recente longa de Marco Bellochio.

O italiano, inclusive, é autor do politizado pôster do evento – que remete a seu filme “Bom Dia, Noite” (2003), sobre o sequestro do ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas – e será homenageado com o Prêmio Leon Cakoff e a exibição de 12 filmes seus, além de participar de uma masterclass, neste domingo (23), às 19h30, no Cinesesc.

“Bellochio é o grande mestre do cinema italiano atuante da geração dele. Ele teve uma parada e depois voltou com um talento redobrado, com filmes fortíssimos. É surpreendente”, diz a diretora Renata de Almeida.

Serviço:
Central da Mostra (av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional). Programação completa no site www.mostra.org.
Pacote integral: R$ 460 (válido para todas as sessões)
Pacote especial: R$ 107 (só para sessões de seg. a sex. até as 17h55)
Bloco de 40 ingressos: R$ 340
Bloco de 20 ingressos: R$ 200
Ingresso avulso: R$ 18 (seg. a qui.) e R$ 22 (sex., sáb. e dom.)

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