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Coreógrafo faz leitura contemporânea do barroco para São Paulo Cia de Dança

Esqueça as saias de tule que costumam acompanhar as sapatilhas de ponta. “Six Odd Pearls”, que a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) estreia nesta semana no Teatro Sérgio Cardoso, apresenta uma leitura nada óbvia da ferramenta própria da técnica clássica a partir do olhardo americano Richard Siegal.

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O coreógrafo dançou por sete anos sob a direção de William Forsythe, apontado por muitos como o responsável por atualizar a técnica clássica, em cena, para o século 21. A influência do mestre se faz presente na obra, que mistura essa base de movimento com composições barrocas de Jean-Philippe Rameau e a estética contemporânea de Siegal.

“Não tive uma formação clássica convencional, mas William adotava uma abordagem bem diferente e poderosa da coisa que não apenas se adequava a meus sentimentos, mas também a minhas habilidades, e isso me permitiu possuir esse tesouro cultural”, afirma ele.

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O título da obra, que pode ser traduzido como “seis pérolas excêntricas”, remete às origens etimológicas do barroco – a palavra significa pérola irregular.

“A música barroca foi escrita para ser tocada, ela diz mais sobre os intérpretes do que sobre os compositores. Gosto disso porque é como nossa cultura contemporânea, onde prezamos as idiossincrasias, a individualidade, a assimetria”, diz o coreógrafo, que investiu o trabalho de emoções bastante pessoais.

Segundo a diretora artística da companhia, Inês Bogéa, a obra está em total sintonia com a temporada 2016 do grupo, batizada de Jogo de Linhas, que ocupa o Sérgio Cardoso durante todo o mês de junho.

«Estamos vendo a dança clássica e seus desdobramentos a partir de coreógrafos que dialogam e acrescentam algo ao nosso tempo. É um panorama do que se está fazendo após Forsythe, levando a expansão do corpo no espaço», explica ela.

“Six Odd Pearls” pode ser vista até domingo ao lado de “Petite Mort” e “Indigo Rose”, do tcheco Jirí Kylián. Nas próximas duas semanas, a SPCD remonta “O Sonho de Dom Quixote”, uma abordagem bastante brasileira de Márcia Haydée para o clássico de Cervantes.

A última semana do mês terá ainda a estreia da remontagem de “Suíte para Dois Pianos” (1987), do alemão Uwe Scholz, ao lado de “The Seasons”, do canadense Édouard Lock – criada para a SPCD em 2014 – e “Sechs Tänze”, de Kylián.

Serviço:
No Teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel.: 3288-0136). Qui. e sáb., às 21h; sex., às 21h30; dom., às 18h. De R$ 20 a R$ 40. Até 26/6.

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