Manoel de Barros compôs as fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB), viajou para Nova York para aprofundar seus conhecimentos em cinema e cultura e cursou direito. O olhar do poeta mato-grossense, entretanto, nunca perdeu a ternura infantil.
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No ano em que o escritor completaria cem anos, o selo Alfaguara, da Companhia das Letras, relança três volumes do autor e traz à tona a visão singular dele na interpretação do mundo.
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“Manoel de Barros recupera e leva para grandes profundezas de sabedoria e grandes alturas de realização estética, seguindo a lição imprescindível do modernista Oswald de Andrade: escrever poesia a partir do olhar desarmado de um menino”, explica Italo Moriconi, curador desta nova coleção.
Relação com o ‘Gauche’
Na coletânea, estão correspondências entre Manoel de Barros e o escritor paulista, um dos artífices da Semana de Arte Moderna de 1922. Há também registros epistolares com o poeta e cronista mineiro Carlos Drummond de Andrade.
“Assim como Drummond, outro poeta grande e longevo, tanto a poesia inaugural quanto os últimos livros de Barros se situam no olhar de menino sobre as coisas em volta da fonte da inspiração poética”, garante Moriconi.
Embora boa parte da formação do poeta tenha acontecido fora da região pantaneira, muito de sua produção está vinculada à perspectiva de mundo ribeirinha, cultivada tanto na infância quanto no ocaso de sua vida. Inclusive a habilidade para se desvincilhar do formalismo da poesia clássica, presente em seus trabalhos.
“Ele ainda não é reconhecido e conhecido do público mais jovem brasileiro como mereceria, daí a importância dessa edição completa”, conclui Italo Moriconi.