O cantor paraibano Chico César admite que se surpreendeu quando viu seu novo disco, “Estado de Poesia”, nas listas dos melhores de 2015. “Não sei o que deu nestes críticos”, brinca. Em seguida, avalia que ele próprio não estava percebendo a situação atual.
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“Há uma crise na indústria fonográfica, que não valoriza mais a experimentação nem a novidade. Mas a criação segue voando e fazendo coisas lindas”, comenta, aproveitando para se referir a outro grande disco do ano passado, “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares.
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O compositor, que acaba de apresentar seu novo repertório em Porto Alegre e se prepara para dois shows, nos dias 13 e 14 de fevereiro, no Sesc Bom Retiro, ficou seis anos sem lançar um disco de inéditas por conta do trabalho como gestor cultural em João Pessoa. Ele foi o responsável, entre outras ações, por estruturar a Secretaria da Cultura do governo da Paraíba. “No início foi angustiante, depois, prazeroso. Acho que deixei minha contribuição ao bem público”, avisa.
Apesar de todo este tempo, em “Estado de Poesia” ele mostra que não perdeu sua essência. A voz quente e rasgada passeia por uma coleção bem brasileira de ritmos, como samba, forró, frevo, reggae e toada.
Muitas das novas canções são dedicadas à atriz Bárbara Santos, com quem Chico César está casado há três anos. Outras convidam à reflexão, como “Reis do Agronegócio”, parceria com Carlos Rennó que critica o modelo de exploração no campo, e “Negão”, que denuncia o racismo. Já a música que dá nome ao disco também é do repertório de Maria Bethânia.
“De uma certa forma, todo o disco fala de amor. Tem o romântico e também o amor por uma vida melhor, mais justa”, acrescenta. Disco e show têm patrocínio do projeto Natura Musical.
Os ingressos para a apresentação em São Paulo custam R$ 30 e começam a ser vendidos nesta terça-feira (2), às 18h, no site sescsp.org.br.