Com 59 anos e 40 de carreira, Fafá de Belém continua surpreendendo: neste sábado, 30, ela canta rock no Teatro J. Safra, em São Paulo.
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Com direção de Edgard Scandurra, o show tem 17 músicas e fez sucesso em 2015 ao participar da série “Inusitado”, que mostra o lado menos convencional dos artistas.
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O Metro conversou com a cantora sobre o repertório e a carreira.
Como surgiu a ideia de cantar rock no “Inusitado”?
A minha adolescência foi total Led Zeppelin, Black Sabbath, Jethro Tull… Mas nunca gravei rock. Só cantei “Desordem”, dos Titãs, em 1993. Eu gosto dessa turma, são mais descolados, mais leves. Gosto da pegada. Rock é atitude, liberdade, quebrar regras. Eu digo que minha música é romântica, mas sou 100% rock’n’roll. A liberdade é o primeiro movimento da minha vida desde sempre.
Por quê?
Tenho espírito muito livre, tanto que me sinto muito mais confortável com os caras de vanguarda. Eu jamais teria a pose da diva, do inacessível. Eu preciso de gente, a vida me alimenta.
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Alguma curiosidade sobre o repertório?
Tem uma música inédita dos Titãs. Em 1984, eles me deram uma fita com uma música. Chama-se “Robusta”. O tema é super atual: fala sobre atitude, sobre a democracia e o Brasil. O Tony Belotto achou que eu tinha jogado fora [risos]. Recuperei a fita e vou cantar pela primeira vez.
O show pode render um projeto mais duradouro?
Tudo pode acontecer. Minha carreira é livre, sou movida pela emoção. O “Inusitado” será um modelo de show. E quem sabe um disco? Eu estou amando. E lancei este ano um álbum [Do Tamanho Certo para o Meu Sorriso] que é muito mais leve e fresco que os últimos que eu fiz.
Por que demorou oito anos para voltar a gravar?
Não gosto de estúdio. Tenho que me empolgar muito para gravar. Aí, ouvi uma música chamada “Meu Coração É Brega” e comecei a procurar um repertório com a sonoridade do Pará, essa mistura da Amazônia caribenha com o brega do Pará, que é uma levada musical.
Qual o segredo para 40 anos de carreira?
O segredo foi fazer a escolha certa há 40 anos. O produtor que me descobriu, Roberto Santana, foi muito austero com relação ao deslumbramento. Uma carreira é conquistada diariamente, você conta uma história. E minha vida é muito transparente: sou apaixonada por todas as novidades, aberta a novos caminhos. E também sou cabeça dura. Eu não faço o que não me emociona. Não tem jeito.
Serviço:
No Teatro J. Safra (r. Josef Kryss, 318, Barra Funda; tel.: 3611-3042). Neste sábado, 30, às 21h30. De R$ 40 a R$120.
