A maior surpresa proporcionada pelo documentário “Axé – Canto do Povo de um Lugar” é a constatação de que até mesmo os menos afeitos ao Carnaval não escapam do impacto cultural do gênero tipicamente baiano: é difícil sair da sala de cinema sem cantarolar praticamente todos os 72 sucessos executados ao longo da projeção.
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Projeto de estreia do diretor Chico Kertész, o filme faz um panorama do ritmo desde o seu surgimento, nos anos 1980, até os dias de hoje a partir de depoimentos de nomes como Carlinhos Brown, Sarajane, Daniela Mercury, Bell Marques, Ivete Sangalo, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
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O resultado é tão empolgante que gera uma dúvida: como ninguém havia documentado isso antes?
“Talvez as pessoas do audiovisual não sejam as mesmas que ouçam axé, mas surpreende ninguém se debruçar sobre um movimento musical que tomou essa proporção”, diz o diretor.
Ele se refere ao caráter industrial adquirido pelo gênero nos anos 1990 e que é apresentado no filme de forma crítica. Culpa-se a ganância dos empresários pela falta de renovação do ritmo e a perda de espaço para o funk e o sertanejo nos anos 2000.
“Dei sorte, as pessoas estavam dispostas a abrir o coração. Os depoimentos são bem sinceros. Eu queria fazer algo que contasse a historia verdadeira. Esse foi um movimento que teve falhas, e acho que a gente conseguiu apontá-las”, afirma Kertész.
Em meio a isso, há espaço ainda para avaliar o axé do ponto de vista da composição. “Não tinha como contar essa história sem fazer relação com a música negra e os batuques do candomblé.”
Elos afetivos e histórias bem-humoradas são contadas, mas falta espaço para falar sobre aspectos como a dança e o teor das letras, bastante questionadas nos anos 1990. A expectativa é que o material que ficou de fora seja transformado em uma série de televisão.
Veja o trailer de «Axé – Canto do Povo de um Lugar»: