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Condutor de Porsche estava a mais de 150 km/h quando colidiu e matou motorista de app, diz laudo

Velocidade máxima é de 50 km/h; Fernando Sastre, que conduzia carro de luxo, responde em liberdade

Ele vai responder pela morte do motorista de aplicativo
Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia um Porsche e bateu contra um Sandero, segue respondendo em liberdade (Reprodução/TV Globo/X)

Um laudo elaborado pela Polícia Técnico-Científica revela que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, estava a mais de 150 km/h quando colidiu seu Porsche contra a traseira de um Renault Sandero, na Zona Leste de São Paulo, no fim de março. O motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, ficou gravemente ferido na batida e morreu. O condutor do carro de luxo segue respondendo ao caso em liberdade.

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O laudo foi requisitado à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que acompanha as investigações, que correm em sigilo. Conforme o órgão, “a perícia da velocidade média do Porsche indicou que o veículo estava a mais de 150 km/h instantes antes do acidente”, ressaltando que a máxima permitida na via pública é de 50 km/h.

O MP-SP destacou, ainda, que “pediu perícia scaner em 3D para elucidar o acidente em detalhes”. Esse procedimento deverá ser realizado na próxima quinta-feira (25).

A Polícia Civil ainda aguarda outros laudos produzidos pelo Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico Legal (IML) para dar andamento às investigações.

Na semana passada, no entanto, o delegado Nelson Alves foi afastado do caso. Quem assumiu a investigação no 30º Distrito Policial é o delegado Milton Borgesi. A motivação da mudança não foi esclarecida pela Polícia Civil.

A defesa do empresário não foi encontrada para comentar sobre a velocidade até a publicação desta reportagem. Anteriormente, os advogados afirmaram que o acidente foi “uma fatalidade” e ressaltaram que Fernando se ofereceu para ajudar a família de Viana. Os filhos da vítima, por sua vez, ficaram revoltados com a oferta de R$ 1.412 mensais.

Empresário nega embriaguez

Fernando, que fugiu do local do acidente com a mãe, negou que estivesse embriagado. Porém, ele se apresentou à polícia mais de 38 horas depois, quando já não era mais possível fazer o teste do bafômetro. A namorada dele também foi ouvida e negou que ele tenha feito o consumo de bebidas alcóolicas.

Porém, o jovem Marcus Vinicius Rocha, que ficou ferido no acidente, contou à polícia que o empresário consumiu alguns drinques e “deu uma acelerada” ao volante antes do acidente.

Marcus Vinicius contou à polícia, seguindo o depoimento de sua namorada, eles estiveram com Fernando e sua companheira na noite do dia 30 de março em um restaurante, onde consumiram bebidas alcoólicas. Depois disso, seguiram para uma casa de pôquer e, na saída, o empresário estava “alterado por conta das bebidas”, mas não queria que ninguém dirigisse seu Porsche.

Assim, ele se ofereceu para ir embora com Fernando, já na madrugada de 31 de março, para evitar que ele fizesse “besteira”. Marcus Vinicius ressaltou, ainda, que Fernando deixou a casa de pôquer dirigindo de “forma tranquila”, mas em um determinado momento “deu uma acelerada”, quando acabou atingindo a traseira do Renault Sandero.

Outras testemunhas do acidente também disseram à polícia que viram Fernando “cambaleando e com a voz pastosa”, com sinais visíveis de embriaguez. Uma mulher, que chegou ao local logo após a batida, afirma que tinham três garrafas de vidro dentro do carro de luxo.

Polícia investiga o caso
Fernando Sastre de Andrade Filho (à esquerda) dirigia Porsche quando bateu na traseira de Sandero, matando o motorista de app Ornaldo da Silva Viana (Reprodução/Redes sociais)

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