Câmeras de segurança registraram os momentos antes de Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, entrar com o idoso Paulo Roberto Braga, de 68, em um banco em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, os indícios apontam que o homem tinha morrido cerca de duas horas antes. Já a defesa dela, que segue presa, alega que a morte ocorreu dentro da agência bancária.
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Um vídeo, divulgado pelo programa “Balanço Geral”, da RecordTV, mostra o momento em que a mulher chega em um carro de aplicativo e desembarca o idoso. Um homem aparece a ajudando a colocá-lo em uma cadeira de rodas. Veja abaixo:
Tio Paulo: imagem exclusiva mostra o momento que a mulher levou um morto ao banco para fazer um empréstimo em Bangu. Ele ainda estava vivo? #BalançoGeralRJ
— Tino Junior (@tinojunior) April 17, 2024
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Outro vídeo que circula nas redes sociais já mostra Erika caminhando no centro comercial, na direção do banco, carregando o idoso. É possível ver que ele estava com a cabeça tombada para o lado e aparentava estar desfalecido (assista abaixo).
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🚨🔵💣 BOMBA
— Blitz RJ Oficial (@blitzRJoficial) April 17, 2024
🚨🔵Defesa de mulher que estava com morto em banco diz que idoso chegou vivo em agência; novas imagens do caso são divulgadas pela polícia
🚨🔵AFINAL, ELE ESTAVA VIVO OU MORTO? pic.twitter.com/Cq5CiM1dLB
O caso aconteceu na terça-feira (16). Um vídeo, gravado por funcionários do banco, mostra Braga sentado em uma cadeira de rodas, visivelmente desacordado. A mulher segurava a mão do idoso e pedia para que ele assinasse um documento, da mesma forma que constava em seu RG. Em um determinado momento, a cabeça dele cai para trás e ela levanta para frente.
Apesar das tentativas dela de que o idoso segurasse uma caneta para assinar o documento, ele não reage. “Tio Paulo, está ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço”, disse Érika no vídeo. “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais.”
Na sequência, ela pergunta para as funcionárias do banco se alguma delas viu o “tio” segurar a porta do banco, dizendo que ele tinha sim forças para fazer a assinatura. Porém, as atendentes dizem não ter visto e uma delas afirma: “Ele não está bem não” (assista abaixo).
Quando o ser humano consegue se superar na frieza, na ganância, na desumanidade e na maldade, porque levar um idoso, já morto até ao banco, para assinar um empréstimo e depois roubá-lo, é crue, funestol! pic.twitter.com/Pjr4sJe79G
— Cídya Mara🚩 (@arc_maiana) April 17, 2024
Uma equipe do Samu foi acionada, pois as funcionárias do banco pensaram que o idoso estivesse passando mal. Quando os socorristas chegaram, no entanto, constataram que o homem estava morto.
“As pessoas do banco acharam que ele estivesse doente, passando mal, e chamaram o Samu. O médico do Samu, ao chegar no local, constatou que ele estava em óbito. E aparentemente, há algumas horas. Ou seja, ele já chegou morto ao banco”, destacou o delegado Fábio Luiz.
O delegado afirma que a análise preliminar sobre o corpo do idoso mostra que ele morreu deitado, e não sentado. Os exames apontam que os livores cadavéricos, que são acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação, se acumularam na nuca. Isso indica que ele estava deitado quando faleceu.
Erika foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Segundo a polícia, ela pretendia sacar um empréstimo de R$ 17 mil, que já tinha sido pré-aprovado no nome do idoso. Em depoimento, ela disse que pretendia comprar uma TV e fazer uma obra em casa.
Defesa diz que morte ocorreu em banco
A advogada Ana Carla de Souza Correa, que defende a mulher, desmentiu a versão da polícia e dos socorristas. Segundo ela, o idoso morreu exatamente no momento em que estava no banco.
“Os fatos não aconteceram como foram narrados. O senhor Paulo chegou à unidade bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno também serão ouvidas. Ele começou a passar mal, e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Erika”, disse ela, em entrevista ao site G1.
Além disso, ao “UOL News”, Ana Carla disse que Erika possui laudos para atestar que tem problemas psiquiátricos. “Sabemos que há doenças que são altamente psicológicas, outras que transitam para uma questão psiquiátrica e outras que beiram à loucura. Não é o caso dela. [No caso da Erika] São situações que transitam entre um abalo psicológico e uma questão de medicamentos controlados no campo psiquiátrico”, disse.
“Temos o CID [Classificação Internacional de Doenças], inclusive dos laudos, dos medicamentos controlados e do receituário, tudo isso comprovado e de anos anteriores”, ressaltou a advogada.
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