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De passagem pelo Brasil, Shyamalan defende talento para o thriller

Já há um bom candidato para substituir “La La Land” como aquele filme sobre o qual todo mundo está falando. É “Fragmentado”, nova produção de M. Night Shyamalan, que estreia amanhã (23) no Brasil após surpreender em seu lançamento nos EUA.

O thriller custou baratíssimos US$ 9 milhões e já faturou US$ 257 milhões em bilheterias pelo mundo com a história de Kevin (James McAvoy), um ex-soldado que sofre de transtorno dissociativo de identidade, o que o faz desenvolver 23 personalidades completamente diferentes que se manifestam aleatoriamente. Uma delas acaba de sequestrar três garotas que lutam para fugir enquanto uma 24ª persona – potencialmente a mais perigosa de todas – está prestes a vir à tona.

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McAvoy faz um tour de force admirável no entra e sai dos personagens, enquanto Anya Taylor-Joy se confirma com uma das principais promessas de sua geração como a jovem que melhor sintoniza com o drama de seu algoz.

É um pecado revelar mais que isso antes do lançamento do filme, e a sugestão que fica é de rever outros títulos de Shyamalan como “esquenta”.

Deixamos, portanto, o próprio diretor de “O Sexto Sentido” (1999) e “Corpo Fechado” (2000) falar sobre “Fragmentado” a partir de um papo com jornalistas durante passagem por São Paulo, ontem, para divulgar a nova obra.

Múltiplos papéis
“Escrevo vários personagens e, quando o ator chega, falo com ele sobre o porquê de tê-lo criado. E aí o ator sai e vem outro e assim por diante. Nesse caso, era o mesmo ator que continuava sentado ali todas as vezes. Era James, James, James… E o trabalho dele era manter todas essas instruções em ordem. Poucas pessoas conseguem organizar todos esses pensamentos. Foi realmente muito desafiador.”

Baixo orçamento
“Isso é uma vantagem, porque me permite fazer coisas que não são normais em um contexto de estúdio. Tenho tempo de aprender sobre o filme, o que é pouco comum, e posso refilmar cenas. Você consegue fazer coisas sombrias e loucas que seriam muito arriscadas se esse fosse um filme de US$ 130 milhões. O dinheiro que você tem afeta a história que você pode contar. Talvez um dia me ofereçam um filme de grande orçamento que faça sentido, mas, no momento, o baixo orçamento me soa fantástico.”

Fã do extraordinário
“[Meus filmes] são um jeito de conversar sobre espirituralidade e fé sem ter que falar sobre religião. Será que há algo mais extraordinário nesse mundo ordinário? Eu realmente acredito nisso, e é por isso que sou impulsionado em direção a essa desordem.”

Expectativa da crítica
“Com o tempo e a experiência, estou bem mais em paz com a coisa toda. É preciso saber que expectativas você tem em relação a cada filme. Os meus são esquisitos, e você não encontra a métrica certa para julgá-los. Quando faço thrillers psicológicos é mais fácil, mas quando faço filmes de gêneros esquisitos, fica bem confuso para todo mundo, e eu entendo isso. Sei que sou muito sentimental quando faço filmes de família, e isso é como brasa para os críticos. Quando tiro o sentimento e enalteço algo mais o sombrio, sou mais aceito.”

Força da inocência
“Casey [vivida por Anya] é muito inocente apesar de seu passado muito sombrio. Ela se quebrou por dentro, e há uma pureza que surge disso. Eu acredito na força da inocência, e espero que ela não suma do mundo.”

Veja o trailer de «Fragmentado»:

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