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Após 34 anos, HQ ‘Ronin’ volta em edição especial e segue inovadora

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Screen Shot 2017-03-14 at 9.43.14 AMOs primeiros leitores que terminaram de ler a graphic novel “Ronin”, em 1983, fecharam a revista com a impressão de não terem entendido nada – um dos motivos do fracasso comercial da publicação. Quem se aventura a ler hoje em dia a HQ, que acaba de ser relançada em edição para colecionadores pela Panini, pode sofrer a mesma confusão dos leitores de três décadas atrás, mas o tempo ajudou em um dos aspectos: o reconhecimento da genialidade da criação de Frank Miller.

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“Ronin” é o primeiro trabalho autoral do renomado quadrinista americano. Embora ele tenha mudado a história dos quadrinhos com outros de seus trabalhos, como “Sin City”, “300 de Esparta” e, principalmente, “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, é neste trabalho inicial que Miller foi mais original. Suas características – o traço rude, o roteiro repleto de reviravoltas e violência extrema – estão em todas estas publicações, mas em ‘Ronin’ ganham um poderoso aliado: o vanguardismo.

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Em 1983, cada aspecto da trama era inovador. Hoje o que parece trivial, como o uso de narrativa cinematográfica e variação de planos fechados para abertos, naquela época era um avanço. Muitos aspectos, porém, seguem sendo incomuns: o uso reduzido da palavra, a construção da trama de forma não linear, mulheres desempenhando papéis complexos. Tudo isso aliado ao traço de Miller e às cores ora vibrantes, ora apagadas de Lynn Varley.

A trama aborda a trajetória de um samurai que vê seu mestre ser assassinado por um demônio, tornando-se assim um ronin, um samurai sem instrutor. Ele jura vingança e, em um movimento ousado, consegue prender o monstro. A criatura, porém, reaparece dezoito séculos depois, em uma Nova York futurista e poluída – e isso obriga também o ronin a voltar à vida para caçá-lo.

De Samurai Jack a Matrix
Embora tenha fracassado nas vendas, “Ronin” foi um sucesso de crítica e alavancou a carreira de Miller. À época, era incomum que autores fossem detentores dos direitos de suas publicações e o quadrinista inovou até neste aspecto. A HQ foi a primeira revista publicada pela DC Comics a reconhecer legalmente os direitos autorais, o que revolucionou o mercado.

Dado este acúmulo de originalidade, “Ronin” influenciou uma série de produtos culturais, desde influências diretas, como no desenho animado “Samurai Jack” (2001), até inspirações mais vagas, como em “Matrix”, cuja cidade de máquinas foi influenciada visualmente pela Nova York de Miller.

Além de trazer de volta aos holofotes esta trama, a edição da Panini inclui ainda rascunhos de Miller, pôsteres, papel de qualidade e capa dura, tudo por um preço salgado: R$ 92. Para adquirir 340 páginas de genialidade, porém, o investimento compensa.

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