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Maduro e violento, ‘Logan’ foge do rótulo de filme de herói convencional

Antes mesmo de sua estreia, que acontece nesta quinta-feira (2), “Logan” tem sido saudado pela crítica como o filme mais maduro e violento do mutante Wolverine. Para Hugh Jackman, que o encarna pela nona e última vez, o longa é a “história definitiva” do personagem. O curioso é perceber que, nessa abordagem, as garras que saem de suas mãos acabam sendo um mero detalhe.

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“Logan” está longe de se enquadrar no que a aliança entre a Marvel e a Disney estabeleceu como parâmetro para filme de heróis neste século 21. Em sua essência, ele é um misto de faroeste com road movie, e a crueza oriunda dessa mistura de gêneros cria o pano de fundo idealizado pelo diretor James Mangold para ambientar uma trama sobre família, identidade e ciclo da vida.

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A história se passa em um 2029 não muito diferente de hoje. Não há registro do nascimento de novos mutantes há 25 anos, nem da atuação dos X-Men contra ameaças à humanidade ou a sua espécie.

Nesse contexto, a porção mais humana de Wolverine, batizada de Logan, é que ganha vez. Com perfil caladão e tendências alcóolatras, ele deixa a vida passar trabalhando como chofer entre Estados Unidos e México. Nas horas vagas, cruza a fronteira para visitar um professor Xavier (Patrick Stewart) idoso, em processo inicial de demência, com dificuldade em controlar o poder de sua mente, isolado no meio do deserto.

Sua rotina é quebrada quando ele se depara com uma menina mutante detentora de seus mesmos poderes: alto poder de regeneração e garras afiadas revestidas do metal adamantium.
Laura (Dafne Keen) é perseguida por uma corporação que faz experiêncas genéticas e, instigado por Xavier, Logan atravessa o país para ajudá-la a encontrar um lugar seguro.

Ao abordar o tema da segregação, os X-Men sempre funcionaram como alegoria potente sobre a questão racial nos Estados Unidos. Ao mostrar seus heróis fragilizados, “Logan” arrisca deixar de lado o mito do herói para humanizá-los de uma forma diferente do que fez Christopher Nolan com sua trilogia Batman.

Nos longas do herói da DC, o espetáculo tinha papel fundamental na narrativa, e a psiqué do Homem-Morcego se voltava aos traumas de seu passado. O que Hugh Jackman conduz aqui é o drama de um personagem que encontra uma possibilidade de futuro e redenção quando isso já não lhe é possível.

O acerto de “Logan” é equilibrar esse estado de falência – do corpo e da vida, inerente a todos nós – com uma dose sutil de esperança, resultando em um filme agridoce, capaz de conferir uma despedida digna a Wolverine.

Veja o trailer de «Logan»:

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