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‘Pesadelo na Cozinha’: dicas de como evitar conflitos com o parceiro no trabalho

Com a missão de salvar restaurantes da falência no «Pesadelo na Cozinha», Erick Jacquin se viu diante de uma nova profissão no reality: conselheiro amoroso dos casais Fernando e Amada e Elaine e Itamar. Como o público pôde perceber nos episódios exibidos, a convivência é um tormento quando acoplada com problemas financeiros.

E para ajudar o nosso chef, o «Portal da Band» foi atrás de especialistas para saber como amenizar os conflitos dos parceiros que dividem o mesmo ar 24 horas por dia, e não raramente acabam partindo para ataques pessoais como mostraram os participantes do programa —  «Eu trabalho para sustentar toda sua família»; «Esse é o seu sonho e não o meu», foram algumas das acusações proferidas pelos donos do Escondidinho da Amada e Saia do Padre.

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Autora do livro «Introdução a Terapia Familiar», a psicanalista argentina Magdalena Ramos garante que além de enjoativo, dividir o mesmo espaço 24 horas por dia não é saudável para o casal já que automaticamente é instaurado um conflito a mais na relação.

«Relacionamentos já não são fáceis e quando você trabalha com o parceiro é inevitável não aparecerem conflitos. Tem disputa, ciúmes, frustrações. O ideal é que cada um trabalhe em um lugar e possa compartilhar suas próprias experiências, não ir para casa e continuar dividindo a mesma situação”, afirma a professora da PUC-SP e especialista em terapia de casais.

Coordenadora do núcleo Família e Comunidade na PUC-SP, a psicóloga Rosa Macedo defende que uma das grandes características de um bom relacionamento é a individualidade de cada um e ao mesmo tempo o espaço comum do casal, ou seja, duas situações distintas que precisam ser mantidas.

“Se as pessoas trabalham juntas é mais difícil manter distanciamento. Se não tiver jeito de mudar, o ideal é que as tarefas sejam bem distribuídas e o lugar de cada seja respeitado para que não haja interferência e assim não apareçam situações de competição, discussões e rivalidade por conta da invasão de território”.

Casados há 12 anos e trabalhando juntos há 11, Fernando (apelidado de cachorro louco pelos funcionários) e Amada resolveram procurar a ajuda de um profissional da saúde em 2016, após protagonizarem diversas brigas na frente dos funcionários e terem, inclusive, se separado.

“A nossa relação melhorou 80%. É um aprendizado constante porque de fato não é fácil dividir o espaço de trabalho com o marido. Ainda mais nós, que somos capricornianos, nascemos no mesmo dia”, diz Amada.

Seguindo os conselhos de sua terapeuta, a cozinheira tem trabalhado menos, ou seja, convivido menos com o parceiro e a mudança tem surtido efeito. “Estamos mais contidos e civilizados. Tentamos não discutir mais dentro do restaurante, anotamos tudo que nos de desagrada e discutimos na sessão [com a psicóloga]”, conta Amada.

Além de habilidade e transparência na divisão de papéis, é importante que os pontos fortes de cada um sejam levados em conta na hora de tocar um negócio próprio. “Maturidade para reconhecer as competências é essencial. E não tem nada de humilhante nisso. Pelo contrário, quanto mais você reconhece a capacidade do outro, mais fácil se torna o dia a dia”, avisa a doutora Rosa.

E caso não haja discordância com algum tema, o ideal é ir para uma sala e colocar os pingos nos “i”. Os debates devem ser sobre tópicos específicos e nunca se deve partir para ataques pessoais. “Precisa ser racional para estabelecer o diálogo. Discutir na frente dos funcionários tira a autoridade dos dois e aí ninguém respeita. A regra básica da vida é:  se você não se respeita, se você não gosta de você, ninguém fará isso por você”, garante Macedo.

 

A individualidade necessária

Casado com Elaine há 12 anos e sócio há 4, Itamar abandonou suas atividades extras por conta das tarefas no restaurante que o casal administra e amargurado se viu mergulhado apenas em um assunto: dívidas. “Deixei a capoeira, parei de jogar bola, passei a fumar mais, interrompi o curso de inglês. Perdi o tesão de muita coisa”, desabafa o proprietário do Saia do Padre que acreditava que ter o próprio negócio era ter mais tempo para si.

«Achei que com o bar eu poderia ficar em casa, engravidar… mas hoje, é capaz de eu ficar grávida, meu grande sonho, e passar o dia cozinhando com barrigão na beira do fogão», lamenta Elaine.

A postura de Itamar é um dos principais agravantes dentro de uma relação, já que a rotina muitas vezes pode ser massacrante. “Quanto maior a possibilidade de interação com atividades externas melhor, porque isso gera temas para diálogo entre o casal. Senão fica apenas em cima do trabalho, trabalho”, afirma Rosa.

«A relação fica muito pesada e a disputa não acaba nunca. É em casa com os filhos, com a organização da casa, e no trabalho por conta das tarefas. É um acúmulo desgastante. Minha sugestão é: evite trabalhar junto e tenha seu espaço, caso não seja possível, procure a ajuda de um mediador”, aconselha a psicanalista Magdalena.

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