Um pássaro azul fantástico emerge de folhas na obra mais recente de Manuel Mendive, considerado o maior artista vivo de Cuba. Mas não se trata de uma tela emoldurada, e sim de uma pintura em um vestido para a exibição «Fashion Art Havana», inaugurada na última terça-feira (31 de janeiro).
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Em criações de outros artistas cubanos, um rosto fantasmagórico parece gritar de dentro uma capa negra, uma boneca Matryoshka vermelha e azul foi pintada em um vestido e um fraque em forma de bolha surge coberto com cavilhas de madeira.
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A mostra é a mais recente da série «Fashion Art» do estilista espanhol Manuel Fernández, que já trabalhou com artistas de todo o mundo para criar vestimentas únicas na intersecção das duas disciplinas.
«A arte nem sempre tem que estar pendurada em paredes, também pode estar em lajotas, brincos, meias-calças ou muitos outros lugares», disse Fernández em uma entrevista.
Artistas participantes disseram na abertura do evento ter muita esperança de que a exibição ajude a moda a ser vista na ilha comunista como mais do que uma mera indulgência consumista.
«A moda também é arte, e este é um conceito que precisamos começar a entender aqui», disse Jorge Perugorría, que pintou um padrão gráfico em preto e branco sobre um vestido.
Como Fernández deixa que os artistas pintem o que bem entenderem, não tem ideia de como suas mostras serão até o último minuto – uma experiência eletrizante.
A «Fashion Art Havana» estará em cartaz no suntuoso e neobarroco Gran Teatro de Havana até o dia 11 de fevereiro.