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‘La La Land’ faz uso do gênero musical para defender potencial dos sonhadores

Poucos filmes têm sido tão falados antes mesmo de sua estreia como “La La Land – Cantando Estações”, que chega oficialmente hoje aos cinemas após se tornar a produção mais premiada na história do Globo de Ouro, conquistando todos os sete troféus aos quais concorria.

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De tão repetidos, alguns comentários praticamente se tornaram chavões para caracterizar o terceiro longa de Damien Chazelle (“Whiplash”): “O musical para quem não gosta de musicais”, “escapismo de Hollywood na depressão pré-Trump” e “nostalgia moderna” são alguns deles.

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Talvez “La La Land” não seja tudo isso, mas é, certamente, bastante disso.

Também roteirista do filme, o diretor narra aqui uma história de amor aparentemente clássica. Sebastian (Ryan Gosling) é um pianista que deseja abrir um clube no qual possa ajudar a preservar o jazz “dos bons”, à moda antiga. Mia (Emma Stone) é uma garçonete que busca sua grande chance como atriz em meio a uma decepcionante maratona de audições. Eles se encontram ao longo das estações do ano e se apaixonam enquanto perseguem seus objetivos.

Ambos moram em Los Angeles, construída como cidade ideal para cultivar sonhos. Esse cenário já evoca por si só a era de ouro do cinema à qual o filme faz deferência, mas ele não para aí.

Chazelle se vale dos signos dos grandes musicais do século 20. Há momentos em que todo mundo dança e canta, a fotografia abusa de cores fortes e a câmera se move virtuosamente durante longas tomadas. A diferença é que esta não é uma história de época – e o acerto de “La La Land” está justamente em apostar em uma roupagem sofisticada para o gênero, mas sem tentar se travestir de algo que não é.

O toque dos iPhones, as buzinas dos carros modernos e os engarrafamentos de Los Angeles nos lembram o tempo inteiro que os personagens estão em uma luta na qual nós também estamos.

Isso surge embalado de forma encantadora pela trilha de Justin Hurwitz, responsável por criar temas que transitam com naturalidade entre a grandiosidade e a delicadeza. Em diversos arranjos, eles permanecem na cabeça sem serem pegajosos.

As ferramentas do gênero entram, portanto, em cena, com toda a sua artificialidade, para afirmar que o sonho é permitido – nem que seja pelas duas horas em que ficamos na sala do cinema. E, no meio de tanta crise, talvez seja mesmo de um pouco disso que estamos precisando.

Veja o trailer de «La La Land»:

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