Editor de quadrinhos icônicos dos anos 1980, Toninho Mendes morre aos 62

O quadrinho brasileiro acaba de perder um de seus nomes mais importantes. Morreu nesta quarta-feira, 18, Toninho Mendes, aos 62 anos, ex-editor das revistas «Chiclete com Banana», «Piratas do Tietê», «Geraldão» e de outras publicações antológicas que mudaram a cara da HQ nacional na década de 1980. A informação foi confirmada nas redes sociais pela filha dele, Veronica Papoula Mendes.

O editor sofreu uma queda, possivelmente por algum mal-estar, bateu a cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas a suspeita é de que tenha sido um AVC. A cartunista Laerte, em suas redes sociais, comentou a morte e elogiou o editor e amigo. “Foi um herói do quadrinho brasileiro”, escreveu.

“Toninho foi a pessoa que me possibilitou o salto para os quadrinhos que passei a produzir nos anos 1980. Ele providenciava um adiantamento fixo sobre direitos autorais futuros, um gesto da sua criação e risco. Sou muito grata a ele”, explicou Laerte, ao Metro Jornal.

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Morador da zona norte de São Paulo e amigo de infância do cartunista Angeli, Toninho Mendes enveredou logo cedo pelo mundo das publicações. Passou pelo jornal Folha de S. Paulo, e atuou em vários veículos de esquerda durante a década de 1970. Nos anos 80, deu de ombros para a crise dos quadrinhos e lançou verdadeiros sucessos editoriais na famosa Circo Editorial, onde revelou grandes nomes das HQs, como Angeli, Glauco, Laerte, Fernando González, entre outros.

Em 2010, Mendes criou a editora Peixe Grande, onde publicou a série «Quadrinhos Sacanas», que repassa a história dos quadrinhos pornográficos brasileiros, perseguidos e proibidos na época da ditadura militar. O nome do novo selo foi inspirado no filme de Tim Burton, segundo postou nas redes sociais, o cartunista Caco Galhardo.

“Pra mim, ele é um mito. Tive uma curta convivência com ele, há uns dois anos, fizemos uma coletânea de tiras e uma exposição na Galeria Ornitorrinco. Foi uma época muito divertida e pra mim ficou, acima de tudo, a lembrança dessa figura tão doce e amável, de uma humanidade gigantesca”, escreveu Galhardo.