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Hulk é enquadrado pelo sistema em nova série que une HQ, cinema, TV e Netflix

O Hulk selvagem e incontrolável não cabe mais nos ambiciosos planos da Nova Marvel. Em um arco de histórias iniciado em 2013 pela empresa nos Estados Unidos e publicado agora no Brasil, pela Panini Books, em uma luxuosa edição de capa dura, o gigante esmeralda tenta deixar para trás seu passado indócil e ganhar a vida (quase) como uma pessoa comum, vendendo sua força de trabalho para uma grande organização. E estão nas dificuldades dessa empreitada os melhores momentos de “Indestrutível Hulk – Agente da SHIELD”.

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As histórias escritas por Mark Waid (que ficou famoso na DC Comics, principal rival da Marvel no mercado de quadrinhos, criando histórias do Flash e do Superman) se esforçam para unir de forma orgânica em torno de Hulk a recente explosão comercial multiplataforma da Marvel, que, sobretudo após ser comprada pela Disney em 2009, extrapolou de vez os quadrinhos e investe forte em cinema, televisão, serviços de streaming e jogos de videogame.

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Nas 268 páginas do livro, contracenam com o cientista Bruce Banner e com sua versão verde outros dois protagonistas da série cinematográfica “Vingadores”: Tony Stark, o Homem de Ferro, e o deus asgardiano Thor.

O enredo gira em torno do acerto trabalhista entre Banner e a SHIELD, agência que monitora as missões dos heróis. Cansado de tentar se curar da radiação Gama que o transformou em Hulk, Banner decide conviver com o monstro e oferece sua força ao “sistema”. Em troca, ganha um laboratório para fazer ciência nos moldes de Tony Stark – o que, claro, causa ciúmes no Homem de Ferro.

Apesar de a SHIELD estar presente nos filmes, a escolha por esse local de trabalho fortalece a aposta televisiva “Agentes S.H.I.E.L.D. da Marvel”, que está na 4ª temporada e no Brasil é transmitida pelo canal pago Sony e pela TV aberta na Globo, em maratonas diárias na madrugadas desde o início do ano.

Burocracia explosiva
A aventura de Hulk no mundo do trabalho assalariado    envolve, além da eterna luta do bem contra o mal, uma dose de trâmites burocráticos. O setor de recursos humanos de grandes corporações, afinal, pode ser mais perigoso do que muitos vilões.

Para se proteger, Bruce Banner contrata um advogado que fecha o círculo comercial presente no livro: Matt Murdock, que, fora do expediente normal, faz jornada dupla como Demolidor, herói cego que luta contra o crime em Nova York e gera dividendos para a Marvel na plataforma de vídeos por streaming, estrelando uma série que já ganhou duas temporadas na Netflix.

Todo esse apelo comercial, porém, não  aplaca totalmente a selvageria de Hulk, que segue esmagando os inimigos em boas cenas de ação desenhadas pelo time liderado por Francis Leinil Yu.

O roteiro funciona bem principalmente nos momentos em que intensifica o apelo à ficção científica, como na batalha submarina em que o monstro verde enfrenta um vilão exilado de Atlântida, numa luta com potencial para acabar com a vida na Terra – e em outros dias comuns no cotidiano de um Vingador assalariado.

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