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São Paulo Companhia de Dança passeia por diferentes linguagens de movimento

Três criadores de fora do eixo Rio-São Paulo norteiam a temporada que a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) faz desta quinta (17) a domingo (20) no Teatro Sérgio Cardoso.

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Ao lado de “Gen” (2014), da paulista radicada em Minas Gerais Cassi Abranches, estão as inéditas “Ngali”, do também mineiro Jomar Mesquita, e “Pivô”, do goiano Fabiano Lima.

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“Esse programa revela o que nossos coreógrafos estão fazendo em termos de linguagem e pesquisa de movimento. Eles mostram aqui identidades muito próprias”, afirma a diretora artística da companhia, Inês Bogéa.

Embalada por uma trilha original de Marcelo Jeneci, Cassi mostra uma dança jovem e vigorosa, guiada pelos quadris como as do Grupo Corpo, do qual ela fez parte.

Já Mesquita dá continuidade à investigação sobre o desejo iniciada em “Mamihlapinatapai” (2012), também criada para o grupo, neste novo trabalho inspirado na peça “La Ronde”, de Arthur Schnitzler (1862-1931), que baseou um filme homônimo.

“É um trabalho muito diferente do outro, que acaba tratando do desejo de uma outra forma. A referência é a de um carrossel do amor, no qual as relações vão se encadeando”, diz o coreógrafo.

O tema casa com a pesquisa de movimento dele, que bebe das técnicas das danças de salão e busca formas contemporâneas de apresentá-las no palco.

Tudo é embalado por uma variedade musical que mistura a velha e a nova cena da MPB, com artistas que exaltam diferenças, como As Bahias e a Cozinha Mineira e Johnny Hooker.

“Desde o início eu quis ter uma trilha totalmente brasileira e que fizesse um retrato contemporâneo do país. Mostramos uma diversidade grande de relações, assim como essas músicas”, afirma ele, que batizou a obra com uma expressão aborígene que significa “nós dois, incluindo você”.

No caso de Fabiano Lima, as referências vieram do hip-hop, do basquete e da dança contemporânea. Interessa a ele a ideia do pivô, presente tanto no esporte quanto nas histórias de amor. Apesar de trabalhar com elementos atuais, a trilha da obra veio do bailado de “O Guarani”, da ópera de Carlos Gomes (1836-1896) inspirada na obra literária de José de Alencar. “Construí o trabalho a partir do nome, e escolhi essa música por ela se relacionar com uma história de amor que tem uma mulher [Ceci, objeto de paixão do índio Peri] como o pivô”, diz ele.

 

Serviço:
No Teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel.: 3288-0136). Qui. e sáb., às 21h, sex., às 21h30, dom., às 18h. De R$ 20 a R$ 40. Até 27/11.

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