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Longa cearense ‘O Shaolin do Sertão’ dá ‘voadora na pleura’ da comédia nacional

Muito mudou na vida do diretor Halder Gomes desde o lançamento de “Cine Holliúdy”, em 2013. Rodado integralmente no Ceará, com poucos recursos e taxado de “regional”, o filme que resgata a veia cômica cearense no cinema surpreendeu o mercado ao levar quase 500 mil espectadores às salas de todo o país.

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“A partir daí, choveram propostas. Pude ter o reconhecimento da classe e escolher o que queria fazer”, afirma Gomes. Foi essa repercussão que o permitiu realizar “O Shaolin do Sertão”.

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O longa estreia nesta quinta-feira (20) em todo o país após ter somado 45 mil espectadores em seu primeiro fim de semana de exibição em sete cidades cearenses, com 1.290 pagantes por sala – média mais alta que a do blockbuster “Inferno”.

Abraçado desde o início de sua produção pela Globo Filmes e a distribuidora Downtown, “Shaolin” é tecnicamente superior ao antecessor, com roteiro, fotografia e montagem bem mais caprichados, mas não perde a alta voltagem de “fuleiragem” que torna o cinema de Gomes único dentro do atual padrão da comédia nacional.

“Eu escrevo por necessidade, mas não é fácil para mim estruturar um roteiro. Gosto de lapidar o diálogo, mas a estrutura é muito complexa. Pude agora fazer um filme de indústria, mas com a liberdade de um trabalho autoral. Não tem nada ali que eu não tivesse vontade de colocar”, diz.

O argumento de “Shaolin” é anterior ao de “Cine Holliúdy” e partiu da própria juventude do diretor, nos anos 1980, quando era fissurado em filmes de artes marciais.

Situado no interior do Ceará nos anos 1980, o longa acompanha a jornada de Aluízio Li (Edmilson Filho), um padeiro que decide honrar sua cidade ao enfrentar o temido lutador Toni Tora-Pleura e, para isso, faz um treinamento com um pseudomestre interpretado pelo cantor Falcão.

É uma trama simples, mas que conquista por sua execução apaixonada e por um olhar original para um gênero inexistente no Brasil: o do filme de comédia de ação.

Outro diferencial é o abuso do linguajar cearense, mais uma vez onipresente – mas agora sem as engraçadíssimas legendas, como em “Cine Holliúdy”. Será que o resto do país vai entender?

“Eu acho que vai. Tem algumas piadas muito internas do Ceará, mas dá para entender o que acontece na história”, avisa o diretor.

Com um elenco local recheado de tipos, o longa traz ainda Dedé Santana, Fafy Siqueira e Marcos Veras.

Veja o trailer de «O Shaolin do Sertão»:

 

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