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Vencedor de quatro Eisner Awards, Paul Pope vai participar da CCXP 2016

Lenda viva da nona arte, o quadrinista americano Paul Pope vem ao Brasil pela primeira vez para participar da 3ª edição da CCXP – Comic Con Experience 2016, que acontece de 1 a 4 de dezembro no São Paulo Expo.

Dono de quatro Eisner Awards, o chamado “Oscar” dos quadrinhos, o artista está por trás de obras inovadoras como “THB”, “100%” e “Heavy Liquid”, além de uma elogiada releitura do homem-morcego em “Batman: Ano 100”.

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O Metro Jornal falou com Paul Pope sobre a carreira, as influências artísticas e o que espera do Brasil. Confira entrevista.

Suas influências passam pelos EUA, Europa e Japão. Como conecta esses estilos?
Trabalhei em todos os mercados, li e vi muitas das obras de cada um, então tenho bastante experiência com todos. Acredito que os diferentes estilos de narrativa têm seus pontos fortes. Estou interessado na clareza visual e persuasão visual. Tento usar as ferramentas de todas as escolas ao expressar minhas ideias, em HQ ou outra arte.

Você passou 5 anos trabalhando com mangás. Por que entrou nessa aventura?
Eu achava que o mangá tinha uma energia especial que não era tão bem compreendida na época, em 1995. E gostava de aplicar novas regras na narrativa visual. Foi, e ainda é, muito fascinante. Fiz isso porque acredito na aventura, e em se perder. A única maneira de trazer de volta o fogo oculto é procurá-lo por onde você veio.

Você foi da autopublicação aos livros de nicho, passando pelo mainstream e as histórias para crianças. Como cada uma dessas etapas te ajudou a se preparar para o próximo passo?
Acho que continuo sendo um artista instintivo e reacionário, no sentido de que uma vez que vejo a falta de alguma coisa ou o excesso de outra, eu reajo de acordo. Estou constantemente perseguindo a vitalidade.

Você criou a série “Bom de Briga” que foca nos leitores mais jovens. Quais são suas principais preocupações?
O que estou fazendo com “Bom de Briga” é construir uma marca e uma nova cadeia de DNA para os quadrinhos. A minha intenção é contar uma história que em seu coração está uma verdade difícil e, para dizer isso, preciso usar a linguagem dos jovens. É uma grande honra escrever para eles.

E o que torna “Bom de Briga” tão interessante?
“Bom de Briga” não é subversiva e não é um reboot ou um spin-off. É genuíno. É uma história baseada na minha experiência como jovem. Além disso, estou usando a linguagem dos quadrinhos para falar com os jovens, e por isso está funciona.

“Batman: Ano 100” é provavelmente o trabalho que mais te rendeu fama pelo mundo. Como você se reconhece nessa obra?
Batman é universal, sim, e eles me deixaram ter voz dentro desse universo canônico. Minha história é sobre privacidade e o direito a uma identidade secreta. No mundo de hoje, a ideia de alguém tentando escapar de uma sociedade vigilante parece ainda mais importante do que quando a imaginei em 1998-99.

Você tem planos de escrever outra grande história para a DC ou a Marvel?
Li numa entrevista que você está pensando em “Coringa: Ano 100”…
Respondo isso em apenas uma palavra: sim.

Os super-heróis de quadrinhos estão ocupando as salas de cinema. Há quase um novo lançamento por mês. Você acompanha os filmes?
Não mais do que preciso. Sou fã de Tarkovsky e Murnau e Kubrick e Jodorowsky.

Quais são suas expectativas para a Comic Con brasileira?
Só ouço coisas boas sobre isso! Estou animado para conhecer muitas pessoas novas no Brasil.

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