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Drama norueguês ‘Mais Forte que Bombas’ explora intimismo em família de homens

Drama familiar que procura inovar os elementos de sua fórmula, o filme norueguês “Mais Forte que Bombas”, de Joachim Trier (“Oslo, 31 de Agosto”) impressiona pela intensidade que extrai de sua contenção.

Centrado numa família de três homens, sozinhos depois da morte da matriarca, Isabelle Reed (Isabelle Huppert, saindo de um registro habitual), o drama nórdico desenvolve os dilemas do trio compassadamente, com gravidade e consistência. E, o que é melhor, evita os excessos do melodrama sem tornar-se frio.

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Isabelle aparece em várias cenas em flashback, materializando o fantasma enraizado na memória emocional do clã.

Gene (um Gabriel Byrne eficiente como há muito não se via) é o pai viúvo, um professor que abandonou a carreira de ator para ficar mais tempo com os filhos, já que a mulher, uma fotógrafa especializada em fronts de guerra, sempre passou muito tempo fora de casa.

Com a morte de Isabelle, Gene herda o problema mais crítico com o filho caçula, o adolescente Conrad (Devin Druid) –um poço de raiva, com quem o pai luta para comunicar-se, sem sucesso. O mais velho, Jonah (Jesse Eisenberg), que se casou há pouco e tem uma filha recém-nascida, também encara sua própria cota de dilemas na porta da maturidade.

Uma discussão dos papeis femininos insinua-se nesse emaranhado de tensões masculinas. De todo modo, as mulheres estão presentes –Isabelle, como um fantasma pendente, além de outras que se relacionam com estes homens, caso da professora Hannah (Amy Ryan), que tem um caso com Gene, da mulher de Jonah, Amy (Megan Ketch), sua ex-namorada, Erin (Rachel Brosnahan), e da adolescente Melanie (Ruby Jerins), interesse amoroso de Conrad.

O trauma irresolvido da família Reed, a morte da matriarca, renova-se com a decisão do melhor amigo de Isabelle, seu colega Richard Weissman (David Strathairn), ao escrever um perfil sobre ela para o jornal The New York Times, coincidindo com uma retrospectiva das fotos de Isabelle. A tese de Weissman é que a morte da amiga foi, na verdade, um suicídio.

Em torno deste fio, o roteiro, do próprio Trier e de Eskil Vogt, aborda segredos, culpas, mágoas, todo um vasto ciclo de ditos e não-ditos que percorrem as relações de qualquer família. Esta, de anticonvencional, tem para começar a profissão da mãe, detalhe que se aproveita para rediscutir os papeis tradicionais dos sexos.

 

Assista ao trailer do filme:

 

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