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Drama com Cate Blanchett e Robert Redford questiona jornalismo atual

Robert Redford tem histórico com jornalismo. Em meados dos anos 1970, ele estrelou “Todos os Homens do Presidente”, que ajudou a encher as faculdades de jovens loucos para também derrubarem governos como os repórteres Woodward e Bernstein fizeram com Nixon.

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Em “Conspiração e Poder”, que estreia nesta quinta-feira (24), o ator encarna o âncora Dan Rather durante um episódio real ocorrido em 2004 durante a campanha presidencial dos Estados Unidos. Ao lado da produtora Mary Maple (Cate Blanchett), Rather apresentou uma reportagem no programa “60 Minutes” sobre a suposta (falta de) vida militar de George W. Bush, então candidato à reeleição. A matéria foi rapidamente questionada, levando o decano a ser convidado a se retirar da emissora CBS. Mary também caiu. Nenhum dos atores, no entanto, acha que o filme é uma expiação de culpa, apesar de abrir algumas feridas.

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O jornalismo mudou bastante desde 2004, não?
Robert Redford: Acho que, assim como a arte, o jornalismo é essencial à sociedade. Não consigo imaginar uma sociedade sem arte. Acho que jornalismo é algo vital e que, de alguma forma, está sempre sob risco.
Cate Blanchett: Mas há uma diferença entre opinião aleatória e jornalismo. O que esse filme descreve é um panorama até então desconhecido para Dan e Mary, de uma blogosfera altamente opinativa, muito comum hoje, que dita muito do que acontece nas arenas culturais e políticas. Essas pessoas são muito poderosas e têm causado uma erosão terrível no jornalismo investigativo. A noção de jornalismo em profundidade não existe mais na televisão como na época em que Mary e Dan estavam na CBS.

O diretor é James Vanderbilt, de “Zodíaco”, que  também mostra a dificuldade de se estabelecer a verdade a partir de tantos fatos.
Blanchett: O interessante é que a história simplesmente desapareceu. Ninguém conseguiu enxergar a floresta, apenas as árvores. Mary e Dan não são advogados, mas buscaram atestar os documentos da melhor forma possível. A única possível culpa deles foi a pressa. A blogosfera se prendeu nos detalhes para desmantelar a gênese de uma história que há muito tempo já era comentada no Texas.
Redford: Uma das coisas de que gostei do roteiro é como eles estão sempre correndo contra o tempo e como isso afeta o comportamento e o trabalho deles. O tempo não está a favor da notícia.

Muita gente achou que o filme fosse apenas uma expiação de culpa de Dan e Mary. Mas a posição dele é que a verdade é bem complicada.
Redford: Eles estavam desesperados para conseguir a história e cometeram erros. É bom que isso esteja no filme.
Blanchett: Acho que não cabia a Jamie nem ao filme expiar ninguém. Eles não são retratados como santos. O filme reabre um livro fechado e diz: “será que isso foi realmente discutido?”. Há várias perspectivas não debatidas. Acho que o filme reabre uma discussão importante.

Veja o trailer:

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